Powered By Blogger

segunda-feira, 23 de abril de 2012

OS DOGMAS DA CIÊNCIA ATRAPALHAM O AVANÇO DA CIÊNCIA

Há tempos que eu matutava com a idéia dos trabalhos de conclusão de curso, as teses de mestrado e doutorado e essas coisas mais... Ninguém faz nada original, todos têm que seguir preceitos e dogmas, os professores que orientam, o fazem baseados no que os outros professores e seus proprios professores lhes ensinaram e ensinam. Não há uma lufada de ar fresco, algo assim como uma contribuição original. Ninguém quer ser original com medo de ofender os detentores das cadeiras e posições dentro das instituições acadêmicas. Li um relato que ressoou com o que eu penso, e é de Ivar Zapp, um professor de arquitetura na Universidade de San José, Costa Rica. Ele escreveu o livro "Atlantis in America" junto com o Prof. G. Erikson.
Aqui vai:
O problema com o conhecimento dos séculos 19 e 20 não é que os estudantes não amam suficientemente a verdade, e sim que eles respeitam mais as pessoas em posições de autoridade. O conhecimento exige que o trabalhos dos estudantes que buscam um grau mais elevado não deve expressar idéias radicalmente diferentes das teorias publicadas por aqueles que fornecem os graus.Os graus tem sido fornecidos com base na conformidade e afirmação dos princípios ensinados. E já que ter um grau sem emprego é inútil, tem sido igualmente importante para o jovem estudante submeter pesquisas que não contradigam aqueles que controlam os empregos. Para subir de uma posição inferior para uma mais alta, o acadêmico precisa publicar material que se conforme às teorias e opiniões dos chefes de departamento. Num dado momento o acadêmico tem tanto material investido em conformidade com os princípios existentes que repudia-los seria repudiar o trabalho de sua própria vida, assim como o de seus professores e pares. Por isso, embora academicamente veneradas, as idéias de uma geração de escolásticos se torna a doutrina da próxima geração de estudantes... e assim por diante. Esse sistema de confirmação de dogma se chama "princípio do poder", mas na verdade é "a obediência ao princípio da autoridade". Trata-se de uma abordagem útil e expediente para a aquisição de posições e finalmente poder dentro das instituições, porem inútil para a apreensão de conhecimento. Ainda assim nossos "anais do conhecimento, nossas universidades, os museus que eles controlam, e a própria autoridade acadêmica, vêm há muito sofrendo sob este sistema."

Ainda dentro dessas idéias: na prática, meu filho ao fazer sua dissertação de pós graduação, escolheu um tema atual, interessante e quis apresentar um trabalho sobre o assunto. O orientador tinha sua própria agenda quanto ao assunto e ele tinha interesse em ver aprovada sua idéia de lecionar o assunto que meu filho escolheu. Só que o trabalho que meu filho fez não lhe serviria. Teve, pois, que reformular o trabalho, fazê-lo socialmente interessante de modo que provasse que a população da cidade onde ele morava e a que escolheu como foco de seu trabalho, precisava de um curso no tal assunto, já que eram ignorantes do assunto... Percebe a sutileza? Vou orientar sua tese desde que ela me traga subsídios para minhas próprias aspirações e conquistas acadêmicas. O trabalho ficou legal, mas simplório, embora servisse como uma luva aos interesses dos detentores do conhecimento ou melhor, das posições dentro da instituição de ensino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário