CANANÉIA E PARANAGUÁ: Histórias comuns na era das grandes navegações
O ENIGMÁTICO BACHAREL DE CANANÉIA
Para um castelhano da época um bachiller significava um "tagarela", um hábil falastrão, ou seja , alguém com o dom da oratória. No português da época , bacharel também tinha esta conceituação, somente na atualidade é que o termo tem uma aplicação mais nobre: alguém graduado em uma faculdade, embora os dicionários ainda preservem o conceito arcaico de tagarela.
O misterioso bacharel, enfim, era o português Cosme Fernandes, sogro de Francisco de Chaves, que desaparecera na expedição de Pero Lobo em 1531, cuja eloqüência e esperteza seguramente lhe conferiram este apelido. Em documentos datados de 1542 da Capitania de São Vicente, então sob jurisdição de Martim Afonso, seu capitão e ouvidor Antonio de Oliveira transcreve uma Carta de Confirmação, na qual aos oficializar a posse de terras, cita com clareza o nome de Cosme Fernandes, o "bacharel", já então dono de terras no Porto das Naus, em São Vicente.igura das mais controvertidas da história das navegações pelo Atlântico Sul, o Bacharel de Cananéia chegou a ser cortejado pela coroa castelhana para que empunhasse a bandeira daquele reino espanhol e com isto aquelas terras e mares teriam reconhecimento de posse como se espanhola fosse.
O transito de expedições aportando na Ilha do Bom Abrigo, faziam com que o esperto Bacharel pendulasse suas preferências, ora por Portugal ora por Espanha. Em 21 de agosto de 1536 a rainha de Castela cria uma gobernación na costa do Brasil, para fazer frente a ousadia lusa de penetrar no continente além do meridiano de Tordesilhas, e a concede a Gregório de Pesquera Rosa, uma região costeira que iniciava-me na Ilha Cananéia (atual Bom Abrigo) e avançava para "rio de Santa Catarina", como cem léguas de este a oeste.
Desse modo, o atual Sul do Estado de São Paulo, todo o Paraná e Santa Catarina seriam uma província espanhola.Ocorre que o Rei de Espanha, sabendo que a decisão de sua Rainha confrontava com que ele havia doado por decreto a Dom Pedro de Mendoza, que partira de Espanha em Setembro de 1534 para colonizar o Rio da Prata, rasgou os documentos assinados por sua esposa. E assim retardou ou reclames castelhanos à estas terras por décadas futuras.Neste clima é que os degredados atuavam, fornecendo suprimentos às frotas por ali passageiras e auferindo vantagens materiais e políticas nesta "terra de ninguém".
O misterioso bacharel, enfim, era o português Cosme Fernandes, sogro de Francisco de Chaves, que desaparecera na expedição de Pero Lobo em 1531, cuja eloqüência e esperteza seguramente lhe conferiram este apelido. Em documentos datados de 1542 da Capitania de São Vicente, então sob jurisdição de Martim Afonso, seu capitão e ouvidor Antonio de Oliveira transcreve uma Carta de Confirmação, na qual aos oficializar a posse de terras, cita com clareza o nome de Cosme Fernandes, o "bacharel", já então dono de terras no Porto das Naus, em São Vicente.
Sua importância naqueles tempos para os que lançavam-se às estes mares e terras, chegou a impressionar a corte espanhola, a ponto de ser citado em ofício da Rainha de Castela em 9 de Setembro de 1536, no ato de nomeação de Gregório de Pesquera como gobernador destas terras.
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Ilha do Bom Abrigo
Enseada segura na Ilha do Bom Abrigo: O nome “Ilha do Bom Abrigo” surgiu devido a uma pequena enseada localizada em seu lado oeste, onde os pescadores encontraram um bom local para abrigar-se do mau tempo, e também por ser praticamente rodeada por costões rochosos, assim naturalmente protegida pelas fortes tempestades que ocorrem em certa época do ano. Ali encontram-se muitos barcos de pesca da região, principalmente de Cananéia, que acabam pernoitando.
Ao lado farol: Chamado pelos barqueiros de “Farol do Bom Abrigo”, a visita ao farol é o passeio mais esperado pelos visitantes. Foi construído em 1886 e localiza-se no cume da ilha, à 142 metros de altura. A vista é maravilhosa, onde é possível escutar a arrebentação do mar no costão rochoso e ver quase toda a parte nordeste da Ilha do Cardoso.
A rainha pede ao bachiller apoio à missão de sue enviado, e em troca lhe promete que "....por certo mandarei ter em memória de vosso serviços para os fazer à vós e à vossos filhos o merecimento que tenha lugar..." Este homem, conhecedor da região, bem relacionados com os Carijó, com cujas mulheres fora casado e teve filhos com elas , prestou serviços a muitos navegantes e timoneiros que dirigiam-se aos mares do sul. O domínio da língua tupi e guarani, o conhecimento de trilhas e águas que adentravam ao continente, foi provavelmente um dos primeiros europeus a adentrar com barcos à vela e canoas nas águas da baía de Paranaguá , por ser integrante da frota de Vespúcio.
A história confusa e contraditória de Cosme Fernandes, tem ligação direta com a correta locação do nome geográfico cananéia, pois onde foi desterrado, reencontrado e depois se relacionando com lusos e castelhanos, foram construindo referências históricas que o tempo encarregou-se de não questionar e transformaram-se em "verdades".
Assim, o "Bacharel" nômade, mercenário e aventureiro, transformou-se em referência para sítios geográficos fixos de forma equivocada.
Ilha do Bom Abrigo
Enseada segura na Ilha do Bom Abrigo: O nome “Ilha do Bom Abrigo” surgiu devido a uma pequena enseada localizada em seu lado oeste, onde os pescadores encontraram um bom local para abrigar-se do mau tempo, e também por ser praticamente rodeada por costões rochosos, assim naturalmente protegida pelas fortes tempestades que ocorrem em certa época do ano. Ali encontram-se muitos barcos de pesca da região, principalmente de Cananéia, que acabam pernoitando.
Ao lado farol: Chamado pelos barqueiros de “Farol do Bom Abrigo”, a visita ao farol é o passeio mais esperado pelos visitantes. Foi construído em 1886 e localiza-se no cume da ilha, à 142 metros de altura. A vista é maravilhosa, onde é possível escutar a arrebentação do mar no costão rochoso e ver quase toda a parte nordeste da Ilha do Cardoso.
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